domingo, 8 de julho de 2007


O AMOR

Já não se escolhem os seres pela sua essência, mas pelo menor número de danos que estes podem vir a causar. Parece ser esta a metodologia mais corrente. É difícil definir as coisas hoje em dia. Por exemplo, como se define o amor segundo as regras da economia?Arranjando-se pessoas com objectivos comuns, que posteriormente 'juntam os trapinhos'. Trapinhos esses que no máximo de 10 anos se rompem.



Este chamado amor ,que é apoiado publicamente pelos meios de comunicação, faz-nos acreditar que encontramos o amor se formos regularmente ao ginásio, comprarmos as revistas certas, gastarmos fortunas num trapinho que deixe tudo de fora e fizermos dietas pseudo-milagrosas.



Assim se encontra o amor verdadeiro hoje em dia.






For Jess, who doesn't need to believe this.






sábado, 7 de julho de 2007

The existence of two balancing forces is also a feature of metaphysics. My own spiritual teacher, the late master of Yoga, Dr. George King, taught that truth itself is polarized - hence the mystical symbol for truth of a double-edged sword. He made the following profound statement in a lecture on wisdom - a statement I would recomend as worthy of deep meditation:
«Truth has two poles - it must have in order to balance. At the exact intersecting point of positive and negative lines of mental force, consciousness is produced. Consciousness is capable of that faculty of discrimination which eventually produces Truth

Uma gota de água percorre o corpo.. o suor acalma as almas inquietas..
Sentir. são muitas outras coisas,
em que já toquei e reflecti.
O vento frio que nos fala e nos pinta,
ao sabor do fogo que salta e que bate
no peito, na perna, no peito.
Os braços erguem-se, e esvoaçantes dançam com as ancas.
Os cotovelos resignam-se, e caem.
As lágrimas acabaram..




Violência nos mais jovens


A violência nos mais jovens, e quando digo jovens, não me refiro a rapazolas de 17 anos, mas sim de 12 e 13 anos que se encontram, (ou deveriam) no 7º ano de escolaridade e que apresentam desde cedo, comportamentos violentos e atitudes agressivas. Há pouco tempo numa escola secundária da Margem Sul, um aluno do 7º ano de escolaridade agrediu uma professora a ponto de lhe deslocar um ombro. Foi apresentada uma queixa-crime contra o mesmo, tendo sido levado para a esquadra da região. E julgávamos nós, que estes casos aberrantes ocorriam apenas nos EUA. Alguns chegam a afirmar que “O massacre em Columbine foi o despoletar, foi o grito de desespero, que incentivou jovens a seguirem este comportamento”. A influência da violência norte-americana, tem vindo a espalhar-se pelo continente europeu: em Espanha, têm aumentado as agressões face aos sem-abrigo, por simples motivos: diversão e xenofobia. Uma das sem-abrigo chegou a ser queimada viva, o que motivou a preocupação da população. Especialistas apontam a razão destes comportamentos: ausência dos pais, excesso do tempo de ócio, cultura permissiva (onde abunda imagens e incitações à violência) e por fim, actos de pseudo-rebeldia. Parece impossível, mas ao final de séculos a sociedade não altera os seus comportamentos mais básicos. O que é culturalmente aceitável tem de ser contestado pelos jovens pseudo-rebeldes, perante os amigos, para que este sinta “Sim, sou o máximo! Sim, sou rebelde!”, não percebendo que ele próprio se coloca à margem da sociedade, se torna um inimigo da sociedade, e veste o papel de ridículo com o seu tabaco e caneca de cerveja na mão.

Duas mulheres a correr, de Pablo Picasso


Um grito solto, perdido no ar e o eco indo de encontro à muralha […] Quanto sonho numa só palavra, e numa cor numa cor de pele, de um escravo que agora ele era gente, finalmente gente!”


Ter um escravo consiste em ter direitos de propriedade sobre outro ser humano, designado de escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Em certos espaços sociais desde os tempos mais remotos os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam conforme o sexo, a idade, a procedência e destino. Com o surgimento do ideal liberal na Europa, a escravatura passou a ser considerada moralmente incorrecta. A escravatura em Portugal só foi proibida a 12 de Fevereiro de 1761 pelo Marquês de Pombal. Porém, só no Século XIX é que a escravatura foi verdadeiramente abolida em todo o Império.
Mas apesar de toda esta teoria sobre o moralmente incorrecto, ainda hoje se pratica escravatura neste mundo contemporâneo em que pessoas de
tenra idade são obrigadas a trabalhar 17 horas em condições precárias, na mesma posição, e com um salário muito abaixo do essencial. É nas crianças do Terceiro Mundo, é nas pessoas que mal dormem, que vivem mal, que vivem com fome, que vivem separadas das respectivas famílias e que lutam para sobreviver que temos de pensar quando escolhemos a marca dos artigos que procuramos.

Liberdade, cabelos ao vento…

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Dia dos apaixonados..






Amar é encontrar na felicidade de outrem a própria felicidade.” (Gottfried Leibnitz)



São muitas as frases “pré-compradas” que se vêem nos cartões de feliz dia do pseudo-amor. Não nego que seja um bom pretexto para se sair com o namorado ou com mais casais, receber um ramo de flores e orgulharmo-nos perante as nossas amigas solteiras por os termos recebido. E também claro, é óptimo aproveitar esse mesmo dia para jantar fora, cometer uma loucura e arruinar a nossa dieta com um bolo de chocolate apetitoso, e por fim, ir ao cinema, ou alugar um filme lamechas e fazer uma “movie session” privada em casa. Mas que maravilha! O mundo presenteia-nos com um dia especialmente para nós, os apaixonados, só com o único objectivo de tornar a nossa vida um bocadinho mais feliz. Mas será mesmo? Segundo as estatísticas, vendem-se aproximadamente um bilhão de postalinhos de amor por ano, fazendo deste dia um dos mais lucrativos do ano. Também segundo as estatísticas, as mulheres são as que compram mais postais destes (85%). No entanto, é uma tradição que em nada nos prejudica, tirando nas nossas carteiras e para alguns, na nossa dieta. Por isso, casais, aproveitem este dia.




Nota: este artigo foi escrito na semana do dia de S. Valentim (14Fev.2007).

Facilitismo


Escadas rolantes; elevadores; telemóveis que também servem de despertador, de consola de jogos, de acesso à Internet; comandos universais que parecem fazer a nossa rotina diária por nós, apenas com um “click” no aparelho e outros tantos instrumentos tecnológicos que nos fazem esquecer da nossa vida social e do mundo exterior, ao usá-los.
O que parecia ser um auxiliar para as tarefas mais árduas, um complemento, um mero ajudante, acabou por se tornar no centro de tudo. Acabou por ser o próprio instrumento electrónico a estabelecer as regras do funcionamento das tarefas que deveríamos ser nós a realizar.
Não quero parecer extremista, não pretendo ser “Welcome to the real world, Neo. All you see is the Matrix” , até porque para escrever o que estão a ler tive de usar um computador (obviamente), porque é necessário para tal. Tal como é necessário uma máquina de lavar, para ajudar uma dona-de-casa atarefada, tal como é necessário para os professores e alunos terem “pens” para nela arquivarem uma vasta informação, e para a poderem transportar facilmente de casa-escola escola-biblioteca. Não nos esqueçamos do lazer! O lazer é importante. Tanto que não contesto a existência do mp3. Não seria prático levar uma orquestra atrás, aquando nos apetecesse ouvir música clássica (não comum nos adolescentes).
Mas acho um pouco exagerado, as constantes funções adicionais nos telemóveis. Um que tira fotos, o outro já filma, o outro tem jogos on-line, o outro tem processador de textos, etc.. Meus caros, ao final de 3 semanas o portador do dito aparelho já não utiliza essas funções! Porque não são assim tão necessárias quanto isso. Mas é claro que para a Vodafone, Optimus e Tmn, estes aspectos são imprescindíveis para aumentar os valores comerciais. Mas será que é nisto que nos devemos tornar? Ratos de laboratório? Pessoas de meia-idade com uma vida sedentária? Portadores de dinheiro? É a isto que ficámos reduzidos?

“Charing Cross Bridge”


André Derain (1880-1954), começou a pintar na adolescência, e caracterizou-se por ter sido um autodidacta.
O Fauvismo foi criado num atelier que o mesmo tinha juntamente com Maurice Vlaminck em Chatou. Só mais tarde é que Derain decidiu inscrever-se numa escola de artes “Academia Carrière”.
O Fauvismo “Les Fauves” significa “As Bestas Selvagens”, foi um movimento de curta duração situado entre 1905 e 1907. Tinha como objectivo a busca da máxima expressão pictórica, usando formas simples e variadas cores, temas leves leves, sensacionistas, emotivos e não constituíam crítica a coisa alguma, apenas queriam existir e transmitir algo a quem lhes deitava um olhar. Era deveras importante o expressionismo atribuído pelas cores, e por isso mesmo, como se vê neste quadro “Charing Cross Bridge” as cores não têm que estar próximas da realidade.
Este quadro atinge os objectivos do pintor, na medida em que chama a atenção pelas suas cores fortes e quentes, que remetem para o pôr-do-sol no final de um dia cansativo, o uso de linhas curtas, parecendo-se com esboços também é abundante assim como o delinear dos desenhos e o seu respectivo preenchimento. Existem poucas cores frescas neste quadro assim, como o verde dos castelos e o azul claro das montanhas que atribuem um valor mais pacífico e calmo à temática da obra.

Aborto - morte de um inocente ou evitar uma vida de sofrimento?


Será que as mulheres têm direito de abortar?




Este é um tema complexo, que levanta muita polémica, devido ao facto de que é sempre uma grande responsabilidade e pode até tornar-se um grande fardo, decidir-se sobre a vida humana.
Vulgarmente
a opinião de certos indivíduos vai contra o aborto, por motivos religiosos. No entanto, estes motivos são algo contraditórios, vejamos: a Igreja é contra o aborto em qualquer circunstância, ao passo que cada vez mais crentes, com uma certa tolerância, permitem-no em dois casos: de violação e de eventual perigo que possa causar à vida da mãe.
Como se sabe, há uma data limite, para se fazer um aborto, isto porque, cientificamente só a partir de um determinado ponto do desenvolvimento do feto, é que este é considerado um ser humano, e não a partir da sua concepção. Pelo que, a partir dessa determinada altura já estipulada, o aborto é impraticável, seja da maneira em que o feto tenha sido concebido, mesmo que por violação, por ser considerado vida. Como uma violação traz muitos traumas e sequelas inimagináveis numa pessoa, é compreensível, que esta mesma, estando grávida, sinta raiva à criança que traz em seu útero. Neste tipo de casos, percebe-se então a necessidade que uma mulher sente de abortar, dentro de um prazo seguro para o feto. No entanto, para a Igreja e seus respectivos crentes, o feto, constitui um ser humano a partir do momento em
que é concebido, e são contra o aborto porque ninguém, excluindo Deus, tem o direito de tirar uma vida. Mas se os crentes de facto acreditam nisto, então como podem permitir a atrocidade de um assassinato? Sim, porque à mulher é dado o direito de abortar, apenas porque se percebe a grave situação porque passou, e como não é um ser humano que está alojado no seu ventre, ela tem de facto o poder de decisão. Mas a partir do momento em que o feto está num grau de desenvolvimento em que já é considerado ser humano, que direito terá a mãe (por maior que seja o seu sofrimento) de decidir pela vida do seu filho? Dificilmente percebo, como certos crentes conseguem ser tão permissivos numa situação destas, e noutras que servem justamente para prevenir todo este problema, são bastante intolerantes. Falo dos métodos contraceptivos, que a Igreja condena, pois as relações sexuais devem ter o intuito de procriação. Volto a interrogar-me segundo os princípios cristãos. Não seriam um dos principais ideais cristãos, amar-nos, respeitar-nos, preocuparmo-nos e defendermo-nos uns aos outros? Então pergunto-me, se uma mulher seropositiva, não deverá usar métodos contraceptivos para prevenir criar uma criança com a mesma doença (que devo referir é mortal, dolorosa, e ainda não há cura)? Ou deverá antes não os utilizar para agir de acordo com uma regra da Igreja?
Existem pessoas, que mesmo não sendo crentes, não são a favor do aborto. É de facto vulgar que se pense que o óvulo fecundado constitui já uma vida humana. Mas de facto, é um ser que não sente, ouve, ou cheira. Não tem órgãos, sensações, instintos, enfim, está ainda longe de começar a tornar-se num ser, pois um óvulo fecundado, é tão ser como um espermatozóide. Serão também cada espermatozóide e óvulo um ser humano, com direito a identificação?
Também existem os indivíduos que são a favor do aborto. Neste campo, também há divisões: há extremistas, que defendem que o aborto deveria ser praticado
em qualquer circunstância e que se deveria dar total liberdade para a mulher que o quisesse fazer.
Custa-me pensar que uma mulher madura, de idade adequada, economicamente estável e com um companheiro se recusasse a ter uma criança inesperada. Mas certamente, com a infinidade de casos bizarros e inexplicáveis que se conhecem, este seria apenas mais um. É necessário que as pessoas, e as mulheres em particular, tenham consciência que o aborto é também uma hipótese que não deve ser encarada de ânimo leve. Mesmo que cientificamente esteja comprovado, que o óvulo fecundado não constitui um ser humano, o processo do aborto é altamente traumatizante, deixando sequelas para o resto da vida. Há ainda o perigo de este ser mal feito, deixando a possibilidade de a mulher ficar impossibilitada de voltar a engravidar.
Já foram propostos outros casos em que o aborto deveria supostamente ser permitido, tais como deformação do feto (aborto eugénico), mãe menor de idade ou caso os pais não tivessem condições de criar os filhos.
A situação em que o feto é deformado, é bastante complexa. De facto, uma pessoa com uma deficiência, vale tanto como outra qualquer. Não deve haver distinção a nível social entre pessoas com e sem deficiência, é crucial, mas é necessário ter em mente, que é preciso um grau de responsabilidade bem maior, dado que a criança a ser educada, é particularmente dependente dos pais, e sempre o será. Há que ter em mente, que o deficiente (dependente do grau de deficiência) não tem condições para ser uma pessoa independente e autónoma. Um deficiente precisará sempre de ser vigiado e condicionado por alguém que fique responsável pelo mesmo.
No caso em que a mãe é menor de idade, questiona-se o facto de um menor não ter a capacidade de criar uma criança. Como é óbvio, criar um ser humano envolve uma grande responsabilidade e maturidade, que um menor não tem.
E também há o aspecto que um menor não tem como se sustentar a si e a criança, sem que para isso, deixe estudar (o que não é aconselhável). Assistimos ao crescente aparecimento de mães adolescentes, muitas vezes por acidente, muitas outras por descuido. É de facto por irresponsabilidade, que a maior das vezes estas jovens se encontram nestas situações, e é comum ouvir-se a expressão “é bom que se vivam com as consequências do que fazem” ou então “é para aprender”. Mas não esqueçamos que é duma criança que se está a falar, e não de um castigo aplicado a uma criança por uma mera tolice feita pela mesma. É duma criança que se está a falar. É de um ser que sente, que se vai desenvolver, e que em tudo depende de nós, inicialmente. Infelizmente, há muitos jovens que arruínam a sua vida inteira por apenas cinco minutos de prazer, mas será que para que eles aprendam, será melhor usar uma criança como castigo? Será que se deve expor uma criança ao perigo de ser educada por outra?
Em último lugar quero abordar o aspecto em que as famílias, sem rendimentos necessários para manter os filhos, continuam a procriar. É de facto difícil compreender como nos tempos de hoje, isto ainda sucede. De facto, com tanta informação que existe hoje em dia, não se percebe como é que ainda há adolescentes que escrevem para revistas a perguntar coisas como “beijei-o. Será que posso engravidar?” ou como ainda há adolescentes que engravidam ou ainda, como há casos em que sem rendimentos mínimos para suster uma família, esta continua a crescer. Mas será que existe assim tanta informação? Se isto acontece, ou é porque de facto, esta não existe, ou é porque existe mas os dogmas presentes estão tão enraizados que as pessoas não se deixam informar (..”ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar..” – padre António vieira).
Com este texto argumentativo-expositivo pretendo acima de tudo, não mudar a opinião de alguém,
mas sim, incitar as pessoas à busca da informação verdadeira e autêntica, para que cada um formule a sua opinião, sem ser baseada em dogmas e preconceitos, que não vencem a razão.

“Pinto-me porque é a mim que me vejo”




Frida Kahlo proferiu esta frase após 1925, após um brutal acidente de autocarro em que um corrimão do mesmo lhe trespassou a cintura e saiu pela vagina, deixando lesões permanentes. Ao contrário dos diagnósticos do médicos, Frida conseguiu voltar a andar, embora as suas melhoras tenham sido lentas e dolorosas. Muitos dos quadros da mesma tratam-se do seu corpo, pois era o objecto que a pintora mais visionava.
Frida foi não só conhecida pela sua veia artística, pelo seu forte pincelar de emoções como também pelo seu conhecido entusiasmo político, nomeadamente, voltado para o partido comunista, onde conheceu o seu marido, Diego Rivera, também ele, pintor.
As suas obras foram várias vezes classificadas como surrealistas, afirmando a mesma que "Acreditavam que eu era surrealista, mas não o era. Nunca pintei os meus sonhos. Pintei a minha própria realidade". Realidade dura esta. Raiva, frustração, a esperança que se perde, as dores que nos infligem, um bem maior invisível, a impotência, a dependência dos outros. A dor.

As Touradas: uma tradição secular ou uma chacina pública divertida?


é uma sangueira por todo o terreiro, as damas riem, batem palmas e os touros morrem uns após outros […] as fontes abertas nos flancos dos touros, manando a morte viva que faz andar a cabeça à roda, mas a imagem que se fixa e arrefece os olhos, é a cabeça descaída de um touro, a boca aberta, a língua grossa pendendo, que já não ceifará a erva dos campos, ou só os pastos de fumo do outro mundo dos touros, como haveremos de saber se Inferno ou Paraíso(?). Paraíso será, se justiça houver, nem pode haver Inferno depois do que sofrem estes.”
In Memorial do Convento de José Saramago


A tourada é uma tradição ibérica e francesa que consiste na “sobrevivência” de um indivíduo munido de lantejoulas, collants e algo parecido com arpões numa arena, eventualmente com cavalo, com um touro, que todos negam ter sido mutilado, ferido e alegam estar em perfeitas condições, e que perdeu na arena com outro ser com um quarto do seu peso, da sua velocidade e da sua força, usando apenas a sua vocação para tourear। Esta tradição já existia na época em que as pessoas se banhavam apenas nos funerais, baptizados e aniversários, cobrindo-se posteriormente com banha de porco (não fossem apanhar alguma bactéria!), no entanto, com a evolução do Homem, verificou-se que tal constituía um atentado à saúde pública e ao olfacto dos que os rodeavam e o ser humano agora, toma em média banho em dias alternados. Também nesta época haviam autos-de-fé, que eram autênticas festanças em que haviam alguns sujeitos que blasfemavam contra a Igreja, faziam bruxaria ou tinham até mesmo ataques epilépticos (que na altura eram presumíveis possessões demoníacas) e iam parar à fogueira. Mas o Homem também evoluiu, e viu-se que estes “autos-de-fé” eram um atentado aos Direitos Universais do Homem e à Liberdade de Expressão (porque não uma macumba de vez em quando? Todos temos direito). Com as touradas, esta pseudo-civilização toma um banho e arranja-se para ir ver uma chacinar um animal em desvantagem, mas com toda a pompa e circunstância. Até que ponto certas tradições bárbaras como a indicada retardam o progresso civilizacional? E com que desculpa permitimos esta facada nos Direitos dos Animais? Com a desculpa que os antigos as faziam. Mas os antigos faziam muitas outras coisas, algumas até já supra mencionadas, mas não estavam certas, pois não?




Guernica, Pablo Picasso


A pintura foi feita sem uso de cores, em preto e branco - algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeamento da pequena cidade espanhola (Luftwaffe).
O soldado violento e cruel, que não se demove ao ver o grito de desespero de uma mãe, com seu filho ao peito, que acabara de verter a sua última lágrima. Um braço ensanguentado, amputado por sabe-Deus-quem, jaz junto a um corpo que grita de dor, de socorro, de ajuda, de alguma coisa que não chega. O cavalo a relinchar pela última vez, aquando o seu cavaleiro é trespassado, caindo fortemente no chão. Uma mulher a rezar, esperando que a sua prece seja ouvida... mas não é. À sua volta, pessoas apercebem-se do seu derradeiro fim, e choram, imploram misericórdia, mas o soldado é frio, o soldado não sente, o soldado mata. Gritam, e gritam mais pela família que foi massacrada aos seus olhos. Gritam de remorsos, gritam de incertezas, gritam de impotência, gritam de ódio, gritam sem porquê.
Este quadro tem como intuito criticar severamente a atitude da força área nazi, por parte do autor do quadro que ao ser confrontado por forças de autoridade do governo espanhol «Quem fez isto?», o pintor respondeu «Foram vocês
O quadro está neste momento em Madrid, e ao ser transferido para lá, fora feita uma peregrinação denominada por «el último exiliado» (o último exilado).
O mundo tem de se lembrar que estes eventos, esta dor, este sofrimento existiu no 11 de Setembro, no 11 de Março, no Vietname, nos países árabes, e que continuam a acontecer no Iraque.
O Mundo tem que se lembrar, para não acontecer outra vez!

Joaquim do Vale 1919-2007




Parece que não me apercebi da importância que tinhas quando estavas comigo. Parece que não te dei o devido valor. Tantas vezes que poderia ter estado contigo. Tantas vezes que rimos juntos e não me apercebi da iminência da tua partida. Da última vez que estivémos juntos não te disse lamechices do género "está tudo bem, «galã dos anos 40». Um dia destes vamos alugar um filme juntos". Pensei que teria tempo para o fazer noutra altura. Ignorei os devaneios da Natureza, e «os misteriosos desígnios de um possível existente deus». deus cruel esse. Foi a gracejar que partiste. Foi sem sofrer. Quando falavam de ti, dava gargalhadas. Não percebia a razão do choro. Contigo sempre houve motivos para gracejar. Mas não o disse na altura devida. Não demonstrei o quanto gostava de ti na altura devida. Não fumámos o charuto juntos. Não lanchámos, nem fomos ao cinema como deveríamos. Será que sabes que me fazes falta? Será que o sabias antes de partires? Temo que não. Temo que não o demonstrei quando devia. Temo que te desiludi. Mas agora não há muito a fazer, pois não? ^_^Mas como contigo sempre houve motivos para sorrir, é assim que te deixo um abraço e uma grande palmada nas costas (que me deixavam as costas vermelhas) :)