quarta-feira, 27 de junho de 2007

Facilitismo


Escadas rolantes; elevadores; telemóveis que também servem de despertador, de consola de jogos, de acesso à Internet; comandos universais que parecem fazer a nossa rotina diária por nós, apenas com um “click” no aparelho e outros tantos instrumentos tecnológicos que nos fazem esquecer da nossa vida social e do mundo exterior, ao usá-los.
O que parecia ser um auxiliar para as tarefas mais árduas, um complemento, um mero ajudante, acabou por se tornar no centro de tudo. Acabou por ser o próprio instrumento electrónico a estabelecer as regras do funcionamento das tarefas que deveríamos ser nós a realizar.
Não quero parecer extremista, não pretendo ser “Welcome to the real world, Neo. All you see is the Matrix” , até porque para escrever o que estão a ler tive de usar um computador (obviamente), porque é necessário para tal. Tal como é necessário uma máquina de lavar, para ajudar uma dona-de-casa atarefada, tal como é necessário para os professores e alunos terem “pens” para nela arquivarem uma vasta informação, e para a poderem transportar facilmente de casa-escola escola-biblioteca. Não nos esqueçamos do lazer! O lazer é importante. Tanto que não contesto a existência do mp3. Não seria prático levar uma orquestra atrás, aquando nos apetecesse ouvir música clássica (não comum nos adolescentes).
Mas acho um pouco exagerado, as constantes funções adicionais nos telemóveis. Um que tira fotos, o outro já filma, o outro tem jogos on-line, o outro tem processador de textos, etc.. Meus caros, ao final de 3 semanas o portador do dito aparelho já não utiliza essas funções! Porque não são assim tão necessárias quanto isso. Mas é claro que para a Vodafone, Optimus e Tmn, estes aspectos são imprescindíveis para aumentar os valores comerciais. Mas será que é nisto que nos devemos tornar? Ratos de laboratório? Pessoas de meia-idade com uma vida sedentária? Portadores de dinheiro? É a isto que ficámos reduzidos?

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