terça-feira, 22 de junho de 2010

Histórias e Verdades, por mim


"Luís Dragão", é o nome fictício de um general das forças armadas, na altura comante "paz-e-perna" (também cargo fictício), que inspirado no sucesso de Blockbuster de Hollywood, "A Firma", protagonizado por Tom Cruise, decidiu tentar monopolizar os seus oficiais como se de marionetas se tratassem. Mas tal a paranóia do senhor em questão, que tal como Gepetto, nunca pensou que um dos seus brinquedos se tornasse num menino de verdade, com consciência e atitude próprias.
Mas tal como Pinóquio desafiou as vontades de Gepetto; tal como Romeu ignorou o ódio dos seus pais e dos seus sogros para ficar com Julieta, que numa realidade paralela o chefe da família Capuleto pediu desculpa e reconheceu o valor e a tenacidade do jovem Romeu; e tal como batalhas semelhantes pela justiça e rectidão estão a ser travadas no momento, cujo desfecho é ainda uma incógnita, os factores união, apoio e coragem para com o injustiçado prevaleceram.
Para não quebrar esta corrente de união entre um povo, a corrente de um final feliz na história dos finais, a corrente de coragem nas atitudes dos audazes, e a corrente do sentido de justiça entre os justos, vamos-nos lembrar das "Mafaldas" (nome fictício para injustiçados e injustiçadas), e não nos acobardemos para tomar a atitude certa.
Não me ocorre atitude certa que não tenha envolvido esforço e sacrifício. Mas não me ocorre esforço e sacrifício que valham mais a pena.

E assim numa pequena divagação, conto histórias de família, com finais felizes realizados e outros ainda por vir.

sábado, 5 de junho de 2010

A fuga de Kaila & Lyra, por mim

O Movimento escorre pelo suor
  que parte a corrente...
Partem-se as raízes que o pregam
  ao mármore.
Deixa cair o manto.
  Já não tem obrigação.
Quebram-se os limites,
   e corre,
corre acompanhando o seu uivo
  de poder correr,
sem ser ordenada.
  As armas caem pelo caminho.
Já não tem direito, nem dever.
  Veste-se com folhas,
E vive realmente entre o que foi e não é,
  e o que poderá ser.
Certezas são duas. A Morte, e a Liberdade.
Afaga-lhe o pêlo, e adormece
  aninhada no seu espesso
dorso.
  Dormirá segura com ela.
Se não segura com ela,
Segura não estão nenhuma.

sábado, 10 de abril de 2010

Corredor de portas, por unknown

Os olhares ferozes e gélidos dos estranhos que se riem da aberração que é a minha não-socialização, ridicularizam-me.


Um murmúrio ensurdecedor à minha volta, que me diz que não sou bem-vinda.

- Vão-se embora. Todos.

Preciso de espaço para respirar. Dói-me o sentir.

Não quero mais ouvir. -

Vou ficar. Aqui.

no abraço da minha calorosa e conformada confusão.



Nada entendo. Mas tenho medo de perceber o que não sei.

Feliz ignorância, mas desconhecimento desconcertante.

Escolho uma porta, ou fico sentada no corredor a ler um livro, sobre uma vida vivida?

Fico sentada, até ver o sorriso amigável de uma fechadura. E será que ela me engana? Será que me arrependo? Será que uma vez posto o meu pé na entrada da divisão, posso sair de lá?

Ou preferiria outra porta?

Não sei.

E mata-me não saber.

Pois que morra. Antes que morra,

do que me arrepender e viver na sombra do que podia ter sido.

Assim, posso viver nos meus olhos. Ainda que assim, não viva de facto.

["Antes de ti, do que por alguém."]

Well Hidden Brick, por mim



Uma porta fechada e trancada.
Uma sala vazia e despojada.
As janelas corridas.

 
Sinto o vento na nuca.
Sinto o ar abafado, de tanta lotação.
Sinto uma porta giratória.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"A morte a monte, de Catarina Eufémia", por José Miguel Tarquini

Quotes from the book:

"Catarina será vingada! Julgamento popular do carrasco Fernando Nunes."
"Esta mulher que viu Catarina morrer... é um bocado do Alentejo à espera de justiça."
"Quem viu morrer Catarina, não perdoa a quem a matou!" - grito de Baleizão.
"De pé os pobres do mundo... de pé os escravos sem pão." , por Carmona (marido de Catarina Eufémia).

Songs from the book:
«Ó rico, tu bem podias
Repartir com quem não tem.
Ó rico, tu ficas rico,
e o pobre que passe bem...»

«Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer.
[...]
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
ó Alentejo esquecido,
Um dia hás-de cantar
                     Zeca Afonso

Excertos do livro:


«O oficial Carrajola andava preocupado (...) ele não percebia patavina do assunto. Sabia, claro está, porque lhe tinham ensinado nos seus cursos,, o que representava cada ideologia. Sabia, por exemplo, que os comunistas eram uns porcos asquerosos que queriam enforcar e matar toda a gente»
[...]
«As cascas de laranja eram comidas cada vez com mais avidez. Casca de laranja ao almoço, e caroços de laranja à ceia. Água com açúcar ou vinagrada pobre. Era tudo isso que se comia no campo, no meio da terra, debaixo do sol.
Carne de porco à alentejana, leitão assado, escalopes de vitela, mariscos era o que se comia lá em cima, no monte, onde vivia Fernando Nunes. Com vinho verde e soda, ou água mineral. Enquanto ele comia, lá em cima, no seu confortável salão, cá em baixo, as camponesas abrasavam miseravelmente. A aldeia estava cansada
[...]
«E queríamos sobretudo justiça. Sabe que a gente nem tinha o conceito de justiça? Sabe que não sabíamos bem o que queria dizer? E sabe onde a encontrámos? Encontrámo-lo na injustiça. Quando nos demos conta, todos por igual, do que era a injustiça, compreendemos a justiça
[...]
«Pensou numa frase de Cristo que tinha ouvido ao padre Pinto : bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles será o reino dos céus. Pensou no céu. Ainda viva, viu já embaciadamente, as botas pretas de Carrajola. E pensou no inferno. Sentiu que o filho chorava. É o José Adolfo?, o Gaspar? ou a Maria?, perguntou a si própria. É o José Adolfo, decidiu. Coitado!... Em seguida, morreu


NOTA INFORMATIVA:
«[...] No entanto, os responsáveis do crime, por seu lado, sofreram as consequências, Fernando Nunes, poucos dias depois, teve uma tentativa frustrada de suicóidio. O tenente Carrajola, que sido transferido para outro posto, morreu em pouco tempo. José Vedor, que ainda vive na aldeia, teve que aguentar o desprezo de todos os que o rodeavam.
Foi uma justiça que parecia imposta 'de cima' que castigou os culpados. No entanto, o cadáver de Catarina continuava irresgatável, nas mãos dos que Pedro apontava como 'aves de rapina' e que Catarina identificava como aquele mundo que ficava longe, muito longe da aldeia...»


Comentário Pessoal:
Catarina sentia raiva dos comunistas, embora sem saber o que eram. Mas enraivecia-lhe o povo de Baleizão pagar as contas deles. No fundo, tal como ela disse tantas vezes, queria paz e comida para os seus 3 filhos. E queria justiça. Ninguém se apercebe do que é a justiça até sofrer a injustiça.
Teve 26 anos. 26 anos de amor por Carmona, de amor pelos filhos, de amor pelos camponeses. Mas também teve 26 anos de penar, de fome, de sofrimento, do 'mau cheiro' que assombrava a sua aldeia.
Aldeia, que esta sempre quis ajudar. 'Ela provocou', alguns dizem. Porquê? Por preferir morrer de um tiro, do que pela mão de um cobarde? Pretendia ela, deixar os seus três filhos órfãos de mãe? Pretendia ela, quie o seu pequeno benjamim - José Adolfo - assistisse ao seu homicídio inútil [se é que algum é últil].
Mártir. Mulher. Mãe. Líder. Camponesa. Corajosa. Muitos nomes pode ter esta mulher.
Eu dou-lhe: Esperança.

Mentiras mais comuns, por unknown

ADVOGADO : - Este processo é rápido
CIGANO : - Se houver algum problema, venha cá que eu troco
ANFITRIÃO : - Já vão? Ainda é tão cedo
ANIVERSARIANTE : - Um presente?A tua presença é mais importante...
BÊBADO : - Sei perfeitamente o que estou a dizer
CASAL SEM FILHOS : - Apareçam quando quiserem; adoramos os vossos filhos...
POLÍCIA : - Tomaremos as devidas providências
VENDEDOR IMOBILIÁRIO : - Em 6 meses colocarão água, luz e telefone...
CONSTRUTOR CIVIL : - Daqui por 6 meses tem a casa pronta...
DENTISTA : - Não vai doer nada
DESILUDIDA : - Não quero mais saber de nenhum homem...
DEVEDOR : - Amanhã sem falta
GERENTE DO BANCO : - Trabalhamos com as taxas mais baixas do mercado
FILHO DE 19 ANOS : - Volto antes da meia noite
FILHA DE 19 ANOS : - Dormi em casa de uma amiga...
MECÂNICO : - É do carborador
PEIXEIRA : - Pode levar freguesa, que é fresquinho
NAMORADO : - Foste a única mulher que eu realmente amei...
NAMORADA : - Para dizer a verdade, eu nem beijar sei...
NOIVO : - Casaremos o mais breve possível
RECÉM-CASADO : - Até que a morte nos separe...
ORADOR : - Apenas duas palavras
POBRE : - Se eu fosse milionário distribuía dinheiro por toda a gente
VENDEDOR DE SAPATOS : - Depois alarga no pé
SOGRA : - Entre marido e mulher eu não meto a colher...
TOXICODEPENDENTE : - Esta vai ser a última...

sábado, 20 de março de 2010

Irene Sendler, in 'Cinco Quinas'


Uma senhora de 98 anos chamada Irena acabou de falecer.

Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.


Mas os seus planos iam mais além… Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!)
Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.

Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer.

Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.


Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim.

Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a familia. A maioria tinha sido levada para aa camaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.

Ao meu actor preferido, Robin Williams


Fui para os bosques para viver intensamente,
Para viver deliberadamente e sugar todo o tutano da vida,
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E não,
Quando morrer,
Perceber que não vivi.

                                                    in 'Dead Poets Society'

sexta-feira, 19 de março de 2010

Something in here, where? In life!, por mim

O frio queima,
O calor sufoca,
A água humedece o corpo,
  e apodrece as raízes dos músculos.
O fogo acende o pensar,
   que se reflecte na terra que piso.
A areia seca a pele,
e deixa o rasto dos meus passos pelas suas vidas.

A dor queima-me  o olhar,
  mas faz-me grata por cada segundo vivido plenamente.

Passos, por mim

A população vagueia sem saber,
  passamos uns pelos outros,
 julgando saber que passam por pessoas,
sem que os seus passos sejam notados.
  
Mas nem todos são pessoas,
  e nem todos não são notados.
Mas os que não são pessoas, outros
      seres serão.
E pessoas, nem sempre seres o são.
  Seres predadores que notam
  os passos das pessoas.
E as pessoas, abraçadas no leito do predador,
os seus passos perdem.
E seres que predadores não, mas
   presas o são,
mal entendidas são pelas pessoas,
sejam elas seres,
       ou ou não.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Notícia de suicídio de professor

Hoje surgiu uma notícia de que um professor – psicologicamente fragilizado – vítima de constantes faltas de respeito por parte de alunos, não aguentou a frustração e humilhação, cometendo suicídio.

Este professor, já tinha feito sete queixas disciplinares em relação à turma que apresentava mais distúrbios.

A notícia surgiu na rádio, anunciando que a causa do suicídio foram os abusos dos alunos, e que estes ficaram tão perturbados que não conseguiram fazer o teste que estava programado para este dia. E segundo um jornalista “os alunos, que ainda por cima são bons alunos, não podem ser responsabilizados pelo que aconteceu”.

Vamos analisar este acontecimento por partes:

1. Como professora, posso afirmar que há alunos que conseguem ser ofensivos, não têm noção de autoridade (que devia ser conferida pelos pais) e que realmente podem deixar uma pessoa num ataque de nervos.

2. O motivo de um suicídio, deste concretamente, não se pode cingir ao factor “violência para com o professor”. Obviamente, que este estaria fragilizado por questões externas ao assunto, e francamente, razões essas não dizem respeito a ninguém. As pessoas [neste caso alunos] não têm de estar a par das fraquezas dos outros, se têm uma depressão, se têm fragilidades ou seja o que for, para os respeitarem. É obrigatório respeitar as pessoas, em qualquer condição. Obviamente, que não se trata toda a gente da mesma maneira. O patrão, o empregado, o amigo, o filho, o professor – todos têm papéis diferentes.

Estes alunos, que o fizeram sentir incompetente, sentiram-se tão mal, que não foram capazes de fazer o dito teste. Pobrezinhos!

É preciso um homem suicidar-se, para perceber que ele sofre se eu o humilho?

E se ele não tivesse pôs-to fim à sua vida? “Os pobres alunos que estão a precisar de apoio psicológico depois destas acusações” – que teriam feito eles? Parariam espontaneamente de atormentar o professor?

É bom que sintam remorsos.

É bom que sintam culpa.

Não pelo suicídio. Quinhentas coisas juntas podem ter causado esse desfecho.

Mas sintam remorsos e culpa pelo que ele sofreu. Porque parte desse sofrimento [evitável], foi sim causado pelos alunos.

3. A minha mensagem já está emitida. Queria só fazer um breve reparo ao jornalista (cujo nome não fixei) que proclamou: “[…] que ainda por cima são bons alunos […]”. Desculpem a expressão, ‘O que tem o cú a ver com as calças?!?!’ Como são bons alunos estão isentos de culpas, mas se se apanhar por aí um mau aluno, então apedrejem-no? Desde quando é que o aproveitamento escolar está relacionado com o carácter e a integridade de um indivíduo?

Meus caros,

para isto nem tenho comentários.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Escape, por mim

I kept running,
not knowing what I was hiding myself from.
But I really got scared of my supposed 'safe place',
When I realized there is no escape for ourselves.
I have no idea of what's real or not.
I live in an awake nightmare, with moments of dreams.

So I sleep to forget. To regain my strength. To be at peace.
But I feel very strange and exausted in my dreams,
And I wake up tired [like I've been awake the all time],
and peace becomes merelly a word,
that any state of mind reaches.
Anything but absency
 - Total absency of feelings,
    thoughts or taste.
A punctual and short period of apathic behaviour
sooths me. -
I don't know what to do,
or what I do for the rest of the time.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Reis com uns parafusos a menos, por Terry Deary e Martin Brown


  1. Calígula, Imperador Romano: Pensava que era Deus; a namorada dele era sua irmã; mandava matar pessoas para se divertir; considerou o seu cavalo capaz de ser promovido a cônsul;
  2. Nero, Imperador Romano: Mandou incendiar Roma; assassinou o seu meio-irmão; tentou afogar a mãe, mas acabou por mandar os soldados apunhalarem-na até à morte; assassinou a mulher quando arranjou uma namorada, e depois matou a namorada ao pontapé;
    [...]
  3. Joana, Rainha de Castela: Ia para todo o lado com o corpo mumificado do seu marido; Não deixava nenhuma mulher aproximar-se dele;
    [...]
  4. Jorge III, Rei de Inglaterra: Por vezes, acabava cada frase com a palavra 'pavão'; acreditou que Londres estava inundada e encomendou um barco de luxo; usava uma fronha à volta da cabeça e tentou adoptar uma almofada como se fosse um filho; pensava que já tinha morrido e andava de luto como forma de respeito
    [...]
in 'Factos Marados'

Sem Nome, por Sophia M. B. Andersen

Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar,
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.

Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar tu respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar".

in 'Coral'

Desassossego do Labirinto, por mim

A imansidão de luz,
impede-me de ver com clareza.
A beleza e tenacidade do ónix,
não me permite desfrutar da
simplicidade e calma
do meu espaço primitivo.
A mentira ajuda a levarmos o dia sem
preocupações.
A Ilusão de que sabemos o que aqui
estamos a fazer, ou se o fazemos bem,
parece-te lógico.
Mas ninguém sabe ao que se deve.
A luz do óbvio, do lógico,
do "sempre existiu",
cega-nos e capa-nos.
Todos nos agarramos, para não deixar
nenhum acabado de renascer,
de cair na caverna Plutonesca.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sem Nome, Por Magui Alpalhão

"Sorri. Sorri ainda que o teu sorriso
Seja o disfarce de uma lágrima
Sorri, para que o teu sorriso sirva para estancar de um
Soluço, para avivar um sorriso...
Sorri... nunca negues um sorriso.

Ainda que o sorriso seja um bálsamo
Deixa que o bálsamo seja motivo de um sorriso.

Quem ajuda é ajudado
A ajuda do ajudado,
É o reconhecimento de quem deu a arma para a ajuda.
Feliz de quem ajuda, pois será sempre ajudado".


Evangelho Segundo Jesus Cristo, por J. Saramago

"[...] como foi determinado pelo Senhor Deus quando Eva errou por desobediência, Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, os teus filhos nascerão entre dores, e hoje, passados já tantos séculos, com tanta dor acumulada, Deus ainda não se dá por satisfeito e a agonia continua".

Pergunto-me,
Onde estará o a misericórdia divina?


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um mimo de aniversariante

BABY WOMBAT




Dia Frio, por mim

Esforço dilacerante, que berra ao nosso corpo para parar. Um frenesim gotejante, que estimula o beijo sufocante e forte do medo. O desespero do sacrifício, determinado e bem conseguido, por quem vale a pena. Pára de tremer! Levanta-te, como um ramo de uma árvore se levanta, depois de derrubado por uma bola de neve, uma e outra vez. Gelo constante, que corta os movimentos amplos do abraço tímido de um benjamim ao pai, à saída da escola. Um corpo arrepiado, não pela humidade causada pela proximidade das ondas do mar a rebentar no pontão, mas pela ansiedade de reencontrar o seu irmão embarcado.

A camisola clara e quente atrasa a partida da irmã saudosa. O entusiasmo supera a vergonha da criança, que agora conta alegremente o seu dia, com faces mais rosadas, pelo calor do seu pai. O tronco da árvore parte-se, a floresta chora, mas a árvore erguer-se-à de novo [assim como dita a natureza]. A batalha é travada, com o esforço estampado de quem sofre, sua e tenta. Então tudo pára, e num silêncio gritante, as certezas desvanecem-se.

Agora que aqui chegaste, Agora que tudo conseguiste, Agora que tudo tens o que tudo achavas precisar e agora, que aqui estás... Não te pergunto se gostas do que tens, mas se o apreciaste enquanto vivias para o ter [Alguma vez soube o que queria?]. Eu completo-me, por de mim preciso. Eu vivo e convivo para ser feliz. Eu faço, porque objectivos me fazem conhecer. Eu não esqueço, para aprender, sempre.



domingo, 24 de janeiro de 2010

"Assassinos com Estilo" por Terry Deary e Martin Brown

  1. Filipe II, Rei da Macedónia (336 a.c.): Apunhalado pelo seu guarda-costas enquanto celebrava o casamento da sua filha;
  2. Edmundo, Rei de Inglaterra (870): Saqueadores Vikings capturaram Edmundo. O rei queria fazer a paz - os Vikings nem por isso. Ataram-no a uma árvore e encheram-no de flechas - mas não o mataram. Depois viraram-no de costas, abriram-no e puxaram-lhe os pulmões para fora. Em seguida, cortaram-lhe a cabeça;
  3. Grigori Rasputine, amigo da família do Czar Nicolau II (31 de Dezembro de 1916): Comeu bolos envenenados, bebeu vinho envenenado, foi capado, levou um tiro no peito, foi agredido com um haltere na cabeça, foi amarrado, por fim, foi atirado a um rio de água gelada;
  4. Trotsky, líder comunista russo (20 de Agosto de 1940): Um picador de gelo espetado na cabeça. O velho amigo de Trotsky, Estaline tinha-o levado ao exílio no México. Aí foi assassinado por um homicida estalinista, Ramon Mercader, que foi condenado a 20 anos de prisão e depois saiu em liberdade;
  5. O homem assassinado mais vezes - Júlio César, líder dos romanos (44 a.c.): Foi apunhalado até à morte por 23 pessoas diferentes.

"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" por J. Saramago

"Jesus morre, morre, e já o vai deixando a vida, quando de súbito o céu por cima da sua cabeça se abre de par em par e Deus aparece, vestido como estivera na barca, e a sua voz ressoa por toda a terra, dizendo, Tu és o meu filho muito amado, em ti pus toda a minha complacência. Então Jesus compreendeu que viera trazido ao engano como se leva o cordeiro ao sacrifício, que a sua vida fora traçada para morrer assim desde o princípio dos princípios, e, subindo-lhe à lembrança o rio de sangue e de sofrimento que do seu lado irá nascer e alagar toda a Terra, clamou para o céu aberto onde Deus sorria, Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez. Depois, foi morrendo no meio de um sonho, estava em em Nazaré e ouvia o pai dizer-lhe, encolhendo os ombros e sorrindo também, Nem eu posso fazer-te todas as perguntas, Nem tu podes dar-me todas as respostas. Ainda havia nele um resto de vida quando sentiu que uma esponja embebida em água e vinagre lhe roçava os lábios, e então, olhando para baixo, deu por um homem que se afastava com um balde e uma cana ao ombro. Já não chegou a ver, posta no chão, a tigela negra para onde o seu sangue gotejava.
[...]
quando o certo foi ter-lhe dado da mistura que traz, vinagre e água, refresco dos mais soberanos para matar a sede, como ao tempo se sabia e praticava. Vai-se embora, não fica até ao fim, fez o que podia para aliviar as securas mortais dos três condenados, e não fez diferença entre Jesus e os ladrões, pela simples razão de que tudo isto são coisas da Terra, que vão ficar na Terra, e delas se fez a única história possível."


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

E, Eu

Há algo de especial numa rapariga que sabe o que quer e como quer.
Toda a gente ao seu redor sente a sua falta.
Não dás conta e já te sentes atraído por ela.
A sua altura, o seu estilo é indiferente.
Ela atrai todas as pessoas que procuram respostas.
Tem voz activa e não tem medo em utilizá-la.
E todos se interrogam: Como consegue ser assim?

Sim, a dar o máximo até que doa,
Sim, aos capacetes e às protecções, às saias e aos tops,
Sim, a enfrentar quem te apunhala pelas costas,
Sim, às amigas sempre dispostas a escutar,

Sim, a Consegui-lo!

Sim, à dança da vitória,
Sim, às sobremesas,
Não, às paranóias,
Sim, a dar e dar,
       E dar.


Sim, às coisas que realmente importam!

SIM, TU PODES SER O QUE QUISERES!

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