sábado, 10 de abril de 2010

Corredor de portas, por unknown

Os olhares ferozes e gélidos dos estranhos que se riem da aberração que é a minha não-socialização, ridicularizam-me.


Um murmúrio ensurdecedor à minha volta, que me diz que não sou bem-vinda.

- Vão-se embora. Todos.

Preciso de espaço para respirar. Dói-me o sentir.

Não quero mais ouvir. -

Vou ficar. Aqui.

no abraço da minha calorosa e conformada confusão.



Nada entendo. Mas tenho medo de perceber o que não sei.

Feliz ignorância, mas desconhecimento desconcertante.

Escolho uma porta, ou fico sentada no corredor a ler um livro, sobre uma vida vivida?

Fico sentada, até ver o sorriso amigável de uma fechadura. E será que ela me engana? Será que me arrependo? Será que uma vez posto o meu pé na entrada da divisão, posso sair de lá?

Ou preferiria outra porta?

Não sei.

E mata-me não saber.

Pois que morra. Antes que morra,

do que me arrepender e viver na sombra do que podia ter sido.

Assim, posso viver nos meus olhos. Ainda que assim, não viva de facto.

["Antes de ti, do que por alguém."]

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