sábado, 20 de março de 2010

Irene Sendler, in 'Cinco Quinas'


Uma senhora de 98 anos chamada Irena acabou de falecer.

Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.


Mas os seus planos iam mais além… Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!)
Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.

Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer.

Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.


Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim.

Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a familia. A maioria tinha sido levada para aa camaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.

Ao meu actor preferido, Robin Williams


Fui para os bosques para viver intensamente,
Para viver deliberadamente e sugar todo o tutano da vida,
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E não,
Quando morrer,
Perceber que não vivi.

                                                    in 'Dead Poets Society'

sexta-feira, 19 de março de 2010

Something in here, where? In life!, por mim

O frio queima,
O calor sufoca,
A água humedece o corpo,
  e apodrece as raízes dos músculos.
O fogo acende o pensar,
   que se reflecte na terra que piso.
A areia seca a pele,
e deixa o rasto dos meus passos pelas suas vidas.

A dor queima-me  o olhar,
  mas faz-me grata por cada segundo vivido plenamente.

Passos, por mim

A população vagueia sem saber,
  passamos uns pelos outros,
 julgando saber que passam por pessoas,
sem que os seus passos sejam notados.
  
Mas nem todos são pessoas,
  e nem todos não são notados.
Mas os que não são pessoas, outros
      seres serão.
E pessoas, nem sempre seres o são.
  Seres predadores que notam
  os passos das pessoas.
E as pessoas, abraçadas no leito do predador,
os seus passos perdem.
E seres que predadores não, mas
   presas o são,
mal entendidas são pelas pessoas,
sejam elas seres,
       ou ou não.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Notícia de suicídio de professor

Hoje surgiu uma notícia de que um professor – psicologicamente fragilizado – vítima de constantes faltas de respeito por parte de alunos, não aguentou a frustração e humilhação, cometendo suicídio.

Este professor, já tinha feito sete queixas disciplinares em relação à turma que apresentava mais distúrbios.

A notícia surgiu na rádio, anunciando que a causa do suicídio foram os abusos dos alunos, e que estes ficaram tão perturbados que não conseguiram fazer o teste que estava programado para este dia. E segundo um jornalista “os alunos, que ainda por cima são bons alunos, não podem ser responsabilizados pelo que aconteceu”.

Vamos analisar este acontecimento por partes:

1. Como professora, posso afirmar que há alunos que conseguem ser ofensivos, não têm noção de autoridade (que devia ser conferida pelos pais) e que realmente podem deixar uma pessoa num ataque de nervos.

2. O motivo de um suicídio, deste concretamente, não se pode cingir ao factor “violência para com o professor”. Obviamente, que este estaria fragilizado por questões externas ao assunto, e francamente, razões essas não dizem respeito a ninguém. As pessoas [neste caso alunos] não têm de estar a par das fraquezas dos outros, se têm uma depressão, se têm fragilidades ou seja o que for, para os respeitarem. É obrigatório respeitar as pessoas, em qualquer condição. Obviamente, que não se trata toda a gente da mesma maneira. O patrão, o empregado, o amigo, o filho, o professor – todos têm papéis diferentes.

Estes alunos, que o fizeram sentir incompetente, sentiram-se tão mal, que não foram capazes de fazer o dito teste. Pobrezinhos!

É preciso um homem suicidar-se, para perceber que ele sofre se eu o humilho?

E se ele não tivesse pôs-to fim à sua vida? “Os pobres alunos que estão a precisar de apoio psicológico depois destas acusações” – que teriam feito eles? Parariam espontaneamente de atormentar o professor?

É bom que sintam remorsos.

É bom que sintam culpa.

Não pelo suicídio. Quinhentas coisas juntas podem ter causado esse desfecho.

Mas sintam remorsos e culpa pelo que ele sofreu. Porque parte desse sofrimento [evitável], foi sim causado pelos alunos.

3. A minha mensagem já está emitida. Queria só fazer um breve reparo ao jornalista (cujo nome não fixei) que proclamou: “[…] que ainda por cima são bons alunos […]”. Desculpem a expressão, ‘O que tem o cú a ver com as calças?!?!’ Como são bons alunos estão isentos de culpas, mas se se apanhar por aí um mau aluno, então apedrejem-no? Desde quando é que o aproveitamento escolar está relacionado com o carácter e a integridade de um indivíduo?

Meus caros,

para isto nem tenho comentários.