segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Guardei as lágrimas no bolso, por mim



Parei de chorar.
Qual a sua utilidade?
Olhos inchados e voz aguda,
Pensamento incoerente e diálogo inconclusivo.
Guardei as lágrimas no bolso.

Parei de enxugar as lágrimas.
Elas já lá não estavam.
Inibidas, [provavelmente]
Por uma confiança fingida.
Guardei as lágrimas no bolso.

Deitei fora os lenços de papel,
Pintei um sorriso de Joker na cara,
Calcei a destreza e a força.
Tirei as lágrimas do bolso,
Amachuquei-as e deitei-as pela janela fora.

Já não vou precisar delas.
Sequei as lágrimas.
E enchi o seu espaço do meu bolso,
Por uma caneta.
A mesma que uso para purgar os males da alma,
as lágrimas do peito.
De forma,
A não ter de guardar as lágrimas no bolso.

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