terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ternura, por Vinícius de Moraes



"EU TE PEÇO PERDÃO por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma…
É um sossego, uma canção. Um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora”.




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