sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sem Nome I, Alberto Caeiro, in "Poemoas Inconjuntos"



“[…] Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos,
Nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer outra criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza."

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