"SERÁ ASSIM, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também com nostalgia
E partiremos, tantos de poesia
Para a porta da treva aberta em frente.
Ao transpor as fronteiras do segredo
Eu, calmo, te direi: - Não tenhas medo
E tu, tranquila, me dirás: - Sê forte.
E como dois antigos namorados
Naturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte”.
Montevideu, Julho, 1960
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também com nostalgia
E partiremos, tantos de poesia
Para a porta da treva aberta em frente.
Ao transpor as fronteiras do segredo
Eu, calmo, te direi: - Não tenhas medo
E tu, tranquila, me dirás: - Sê forte.
E como dois antigos namorados
Naturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte”.
Montevideu, Julho, 1960
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