terça-feira, 22 de junho de 2010

Histórias e Verdades, por mim


"Luís Dragão", é o nome fictício de um general das forças armadas, na altura comante "paz-e-perna" (também cargo fictício), que inspirado no sucesso de Blockbuster de Hollywood, "A Firma", protagonizado por Tom Cruise, decidiu tentar monopolizar os seus oficiais como se de marionetas se tratassem. Mas tal a paranóia do senhor em questão, que tal como Gepetto, nunca pensou que um dos seus brinquedos se tornasse num menino de verdade, com consciência e atitude próprias.
Mas tal como Pinóquio desafiou as vontades de Gepetto; tal como Romeu ignorou o ódio dos seus pais e dos seus sogros para ficar com Julieta, que numa realidade paralela o chefe da família Capuleto pediu desculpa e reconheceu o valor e a tenacidade do jovem Romeu; e tal como batalhas semelhantes pela justiça e rectidão estão a ser travadas no momento, cujo desfecho é ainda uma incógnita, os factores união, apoio e coragem para com o injustiçado prevaleceram.
Para não quebrar esta corrente de união entre um povo, a corrente de um final feliz na história dos finais, a corrente de coragem nas atitudes dos audazes, e a corrente do sentido de justiça entre os justos, vamos-nos lembrar das "Mafaldas" (nome fictício para injustiçados e injustiçadas), e não nos acobardemos para tomar a atitude certa.
Não me ocorre atitude certa que não tenha envolvido esforço e sacrifício. Mas não me ocorre esforço e sacrifício que valham mais a pena.

E assim numa pequena divagação, conto histórias de família, com finais felizes realizados e outros ainda por vir.

sábado, 5 de junho de 2010

A fuga de Kaila & Lyra, por mim

O Movimento escorre pelo suor
  que parte a corrente...
Partem-se as raízes que o pregam
  ao mármore.
Deixa cair o manto.
  Já não tem obrigação.
Quebram-se os limites,
   e corre,
corre acompanhando o seu uivo
  de poder correr,
sem ser ordenada.
  As armas caem pelo caminho.
Já não tem direito, nem dever.
  Veste-se com folhas,
E vive realmente entre o que foi e não é,
  e o que poderá ser.
Certezas são duas. A Morte, e a Liberdade.
Afaga-lhe o pêlo, e adormece
  aninhada no seu espesso
dorso.
  Dormirá segura com ela.
Se não segura com ela,
Segura não estão nenhuma.

sábado, 10 de abril de 2010

Corredor de portas, por unknown

Os olhares ferozes e gélidos dos estranhos que se riem da aberração que é a minha não-socialização, ridicularizam-me.


Um murmúrio ensurdecedor à minha volta, que me diz que não sou bem-vinda.

- Vão-se embora. Todos.

Preciso de espaço para respirar. Dói-me o sentir.

Não quero mais ouvir. -

Vou ficar. Aqui.

no abraço da minha calorosa e conformada confusão.



Nada entendo. Mas tenho medo de perceber o que não sei.

Feliz ignorância, mas desconhecimento desconcertante.

Escolho uma porta, ou fico sentada no corredor a ler um livro, sobre uma vida vivida?

Fico sentada, até ver o sorriso amigável de uma fechadura. E será que ela me engana? Será que me arrependo? Será que uma vez posto o meu pé na entrada da divisão, posso sair de lá?

Ou preferiria outra porta?

Não sei.

E mata-me não saber.

Pois que morra. Antes que morra,

do que me arrepender e viver na sombra do que podia ter sido.

Assim, posso viver nos meus olhos. Ainda que assim, não viva de facto.

["Antes de ti, do que por alguém."]

Well Hidden Brick, por mim



Uma porta fechada e trancada.
Uma sala vazia e despojada.
As janelas corridas.

 
Sinto o vento na nuca.
Sinto o ar abafado, de tanta lotação.
Sinto uma porta giratória.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"A morte a monte, de Catarina Eufémia", por José Miguel Tarquini

Quotes from the book:

"Catarina será vingada! Julgamento popular do carrasco Fernando Nunes."
"Esta mulher que viu Catarina morrer... é um bocado do Alentejo à espera de justiça."
"Quem viu morrer Catarina, não perdoa a quem a matou!" - grito de Baleizão.
"De pé os pobres do mundo... de pé os escravos sem pão." , por Carmona (marido de Catarina Eufémia).

Songs from the book:
«Ó rico, tu bem podias
Repartir com quem não tem.
Ó rico, tu ficas rico,
e o pobre que passe bem...»

«Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer.
[...]
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
ó Alentejo esquecido,
Um dia hás-de cantar
                     Zeca Afonso

Excertos do livro:


«O oficial Carrajola andava preocupado (...) ele não percebia patavina do assunto. Sabia, claro está, porque lhe tinham ensinado nos seus cursos,, o que representava cada ideologia. Sabia, por exemplo, que os comunistas eram uns porcos asquerosos que queriam enforcar e matar toda a gente»
[...]
«As cascas de laranja eram comidas cada vez com mais avidez. Casca de laranja ao almoço, e caroços de laranja à ceia. Água com açúcar ou vinagrada pobre. Era tudo isso que se comia no campo, no meio da terra, debaixo do sol.
Carne de porco à alentejana, leitão assado, escalopes de vitela, mariscos era o que se comia lá em cima, no monte, onde vivia Fernando Nunes. Com vinho verde e soda, ou água mineral. Enquanto ele comia, lá em cima, no seu confortável salão, cá em baixo, as camponesas abrasavam miseravelmente. A aldeia estava cansada
[...]
«E queríamos sobretudo justiça. Sabe que a gente nem tinha o conceito de justiça? Sabe que não sabíamos bem o que queria dizer? E sabe onde a encontrámos? Encontrámo-lo na injustiça. Quando nos demos conta, todos por igual, do que era a injustiça, compreendemos a justiça
[...]
«Pensou numa frase de Cristo que tinha ouvido ao padre Pinto : bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles será o reino dos céus. Pensou no céu. Ainda viva, viu já embaciadamente, as botas pretas de Carrajola. E pensou no inferno. Sentiu que o filho chorava. É o José Adolfo?, o Gaspar? ou a Maria?, perguntou a si própria. É o José Adolfo, decidiu. Coitado!... Em seguida, morreu


NOTA INFORMATIVA:
«[...] No entanto, os responsáveis do crime, por seu lado, sofreram as consequências, Fernando Nunes, poucos dias depois, teve uma tentativa frustrada de suicóidio. O tenente Carrajola, que sido transferido para outro posto, morreu em pouco tempo. José Vedor, que ainda vive na aldeia, teve que aguentar o desprezo de todos os que o rodeavam.
Foi uma justiça que parecia imposta 'de cima' que castigou os culpados. No entanto, o cadáver de Catarina continuava irresgatável, nas mãos dos que Pedro apontava como 'aves de rapina' e que Catarina identificava como aquele mundo que ficava longe, muito longe da aldeia...»


Comentário Pessoal:
Catarina sentia raiva dos comunistas, embora sem saber o que eram. Mas enraivecia-lhe o povo de Baleizão pagar as contas deles. No fundo, tal como ela disse tantas vezes, queria paz e comida para os seus 3 filhos. E queria justiça. Ninguém se apercebe do que é a justiça até sofrer a injustiça.
Teve 26 anos. 26 anos de amor por Carmona, de amor pelos filhos, de amor pelos camponeses. Mas também teve 26 anos de penar, de fome, de sofrimento, do 'mau cheiro' que assombrava a sua aldeia.
Aldeia, que esta sempre quis ajudar. 'Ela provocou', alguns dizem. Porquê? Por preferir morrer de um tiro, do que pela mão de um cobarde? Pretendia ela, deixar os seus três filhos órfãos de mãe? Pretendia ela, quie o seu pequeno benjamim - José Adolfo - assistisse ao seu homicídio inútil [se é que algum é últil].
Mártir. Mulher. Mãe. Líder. Camponesa. Corajosa. Muitos nomes pode ter esta mulher.
Eu dou-lhe: Esperança.

Mentiras mais comuns, por unknown

ADVOGADO : - Este processo é rápido
CIGANO : - Se houver algum problema, venha cá que eu troco
ANFITRIÃO : - Já vão? Ainda é tão cedo
ANIVERSARIANTE : - Um presente?A tua presença é mais importante...
BÊBADO : - Sei perfeitamente o que estou a dizer
CASAL SEM FILHOS : - Apareçam quando quiserem; adoramos os vossos filhos...
POLÍCIA : - Tomaremos as devidas providências
VENDEDOR IMOBILIÁRIO : - Em 6 meses colocarão água, luz e telefone...
CONSTRUTOR CIVIL : - Daqui por 6 meses tem a casa pronta...
DENTISTA : - Não vai doer nada
DESILUDIDA : - Não quero mais saber de nenhum homem...
DEVEDOR : - Amanhã sem falta
GERENTE DO BANCO : - Trabalhamos com as taxas mais baixas do mercado
FILHO DE 19 ANOS : - Volto antes da meia noite
FILHA DE 19 ANOS : - Dormi em casa de uma amiga...
MECÂNICO : - É do carborador
PEIXEIRA : - Pode levar freguesa, que é fresquinho
NAMORADO : - Foste a única mulher que eu realmente amei...
NAMORADA : - Para dizer a verdade, eu nem beijar sei...
NOIVO : - Casaremos o mais breve possível
RECÉM-CASADO : - Até que a morte nos separe...
ORADOR : - Apenas duas palavras
POBRE : - Se eu fosse milionário distribuía dinheiro por toda a gente
VENDEDOR DE SAPATOS : - Depois alarga no pé
SOGRA : - Entre marido e mulher eu não meto a colher...
TOXICODEPENDENTE : - Esta vai ser a última...

sábado, 20 de março de 2010

Irene Sendler, in 'Cinco Quinas'


Uma senhora de 98 anos chamada Irena acabou de falecer.

Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.


Mas os seus planos iam mais além… Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!)
Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.

Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer.

Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.


Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim.

Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a familia. A maioria tinha sido levada para aa camaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.